Hospitalismo
 

Definição
Termo criado por René Spitz (1887-1974) para designar o conjunto de alterações físicas e psicológicas que surgem em crianças com menos de 18 meses de vida no decorrer de internações hospitalares prolongadas onde são privadas da mãe.


Histórico

Os trabalhos de René Spitz estão entre os primeiros e fundamentais para a compreensão das

consequências orgânicas e psíquicas das carências de relações afetivas significativas.

A partir dos trabalhos de René Spitz foram desenvolvidos os estudos dos efeitos prejudiciais

para o desenvolvimento mental determinados pela criação de crianças em instituições nas quais

os cuidados são dispensados sem o estabelecimento de vínculos afetivos. 

Nesse sentido, os trabalhos de John Bowlby (1907-1990) sobre o papel e a importância da

figura de apego resultaram na determinação hoje em dia adotada por todos os hospitais infantis

de não mais internar crianças sem a companhia das respectivas mães.

Os trabalhos de Anna Freud (psicanalista, 1895-1982) fundamentaram a adoção de mudanças

na condução do trabalho nas creches.


Clínica
O efeito do hospitalismo infantil no desenvolvimento emocional das crianças costuma ser

duradouro, por vezes fatal. Ocorre regressão do desenvolvimento psicomotor e queda do estado

geral, com perda progressiva de peso que pode chegar à caquexia e morte por marasmo. O

único tratamento, que também é preventivo, é a maternagem.

Nos adultos podem surgir: úlceras, asma, diabete, problemas dermatológicos, obesidade,

gagueira, tiques nervosos, agressividade, irritabilidade e medos exagerados dentre outros

sintomas.

Inicialmente empregado exclusivamente para os transtornos observados em crianças,

atualmente o termo também é utilizado para designar uma série de fenômenos somáticos e

psíquicos observados em adultos hospitalizados e que inclui os ganhos conscientes e

inconscientes relacionados com a permanência no hospital.


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