Fantasia
 

Definição
Cena mental na qual estão presentes, embora deformados pelos processos defensivos, a pessoa e a realização de um desejo inconsciente.
Fantasia diz respeito ao mundo imaginário em geral, seus conteúdos e suas ações. 

Histórico
Desde muito cedo em suas pesquisas Freud notou a importância da vida imaginativa, tanto na etiologia das neuroses quanto na vida cotidiana. A estabilidade, a eficácia e a organização deste mundo interior levou-o a formular a existência de uma realidade psíquica, tão real para a nossa vida mental quanto a realidade externa o é para a nossa vida perceptiva.
Em 1915, Freud descreveu, pela primeira vez, a existência de cenas mentais inconscientes  que seriam universais, isto é, presentes em todos os seres humanos, constituintes da herança filogenética e cujos temas estão relacionadas com enigmas infantis: a origem da pessoa (sintetizados na cena primária), a diferença sexual (sintetizados nas fantasias de castração) e a sexualidade (sintetizados nas fantasias de sedução). Foram chamadas de fantasias originais ou proto-fantasias.

Clínica
A vida de fantasia pode ser observada sob a forma consciente (sonhos diurnos ou devaneios) e inconsciente (cenas subjacentes a conteúdos manifestos).
As fantasias são altamente organizadas, não contraditórias entre si, em tudo são semelhantes aos conteúdos da consciência, mas são inconscientes e incapazes de se tornarem conscientes (Vocabulário de Psicanálise, Ed. Moraes, Lisboa, 1976.
As fantasias são expressões imaginárias da vida pulsional e são as precursoras dos sintomas psiconeuróticos.

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