Estágio do Espelho
 

Histórico do conceito:
Termo cunhado por Jaques Lacan (1901-1981) para definir um momento fundamental na constituição do psiquismo.

No XVI Congresso Internacional de Psicanálise, em Zurique, 1949, Lacan apresentou seu texto Le stade de mirroir comme formateur de la fonction du Je telle qu’elle nous est révéllée dans l’expérience psychanalytique, no qual situa esse momento do desenvolvimento entre os 6 e os 18 meses e o define como um momento jubilatório no qual a criança capta a imagem que os outros têm dela. Assim, a criança que deveria ter uma imagem de si espedaçada (devido à fase auto-erótica em que está, na qual as pulsões se satisfazem de forma anárquica, independentemente uma das outras), por meio de uma identificação especular antecipa-se à apreensão da forma global de seu corpo. Assim, Lacan pode dizer que “antes de afirmar sua identidade, o eu se confunde com essa imagem que o forma, mas o aliena primordialmente”.

O papel do outro na constituição do eu tem papel fundamental na construção teórica da Lacan. Na perspectiva lacaniana, o eu permanece inacessível ao sujeito, determinando a aspiração a uma imagem ideal por detrás da qual ainda se reconhece a imagem original do outro. Por sua relação com o imaginário e com a exterioridade, o eu especular é que dá origem ao drama especificamente humano do sujeito à procura de sua identidade.

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