Posição esquizo-paranóide
 

Definição
Termo cunhado por Melanie Klein (psicanalista húngara, radicada na Inglaterra, 1882-1960) para designar um conjunto de ansiedades e defesas que definem um padrão de relação.

Histórico
Para cunhar este termo, M. Klein utilizou a terminologia criada por Eugène Bleuler (psiquiatra suiço, 1857-1939) para melhor designar a Dementia paecox de Emil Kraeplin (psiquiatra alemão, 1856-1926). Assim, retirou a primeira parte da palavra esquizofrenia, que significa mente dividida, e acrescentou o termo paranóide, que designa idéias e sentimentos de cunho ameaçador, persecutório.
Foi a partir de sua experiência no tratamento de crianças que Melanie Klein inferiu que o funcionamento mental da criança, em seus quatro primeiros meses de vida (durante a fase oral descrita por Karl Abraham [psicanalista alemão, 1877-1925]), seria caracterizado pela presença de fantasias agressivas que desencadeariam uma ansiedade de cunho persecutório.
Para Melanie Klein, o ser humano ao longo de toda a sua vida oscila entre duas posições: a esquizo-paranóide e a depressiva.

Clínica
Clinicamente, observa-se um conjunto de elementos: uma intensificação da agressividade através de fantasias orais (devorar, morder, engolir) dirigidas ao objeto, que é parcial (cujo protótipo é o seio materno) e clivado em dois: o bom e o mau objeto. Predominam a introjeção, a projeção e a idealização. Devido aos ataques ao objeto bom, a angústia é intensa e de natureza persecutória (ameaça de ser destruído pelo objeto mau).

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