Resumo da Reunião Clínica
 

Uma senhora de quase oitenta anos foi encaminhada para acompanhamento ambulatorial pela
Psicologia Médica com o diagnóstico inicial de síndrome depressivo-ansiosa. Viúva há quase
dois anos, tem filhos casados e netos. Seu falecido marido faleceu de um câncer de longa
duração e era esquizofrênico (sic). Na entrevista inicial, a paciente lamentou que seus filhos não se entendem entre si, que o filho não conseguiu se desenvolver profissionalmente e que a filha acabou de receber o diagnóstico de câncer. Além disso, ela acha que eles estão se afastando dela. Desde o falecimento do marido vive só em casa. Característicamente, inicia toda sessão dizendo ter esquecido de dizer algo na sessão anterior. Em poucas consultas voltou a se interessar nas atividades do clube que sempre frequentara e que havia se desinteressado. A paciente continua em tratamento.

Inicialmente, discutiu-se o diagnóstico com o qual a paciente foi encaminhada, pois foi ressaltado que a demência senil costuma iniciar com quadros assim, de aparência depressiva, e no qual o paciente ainda apresenta consciência dos esquecimentos e do próprio retraimento. Em seguida, debateu-se os objetivos terapêuticos nesses casos, assinalando-se o papel revitalizante do diálogo e da presença.