Resumo da Reunião Clínica |
Uma mulher de pouco mais de cinquenta anos, casada, com filhos e netos, de aparência envelhecida, com deformações nas extreminades e na face, foi internada para a retirada cirúrgica de um tumor benigno de hipófise. Foi apenas há três meses, quando surgiu uma cefaléia recorrente e perda da acuidade visual, é que percebeu o crescimento exagerado dos ossos das mãos e da face. Vinda de outra cidade, estava permanentemente acompanhada por uma filha, recém-casada e muito ligada a ela. Seu acompanhamento pela Psicologia Médica foi solicitado após apresentar um episódio hipertensivo enquanto aguardava a sua vez de ser operada. Outro elemento que contribuiu para o pedido de acompanhamento psicológico foi o fato de a paciente estar sempre limpando seu quarto.
Durante o acompanhamento,
a paciente fez questão de dizer que não poderia ser culpada pelas deformações, das
quais muito se envergonhava. Mas, sentia-se culpada por ser a razão do afastamento
entre a filha e o marido e
temia estar interferindo negativamente no casamento deles,
daí a pressa em ser operada. Apesar de saber que
o
tumor estava se desenvolvendo
acerca de 10 anos, atribuía o mesmo a uma queda sofrida na infância em
decorrência
da falta de cuidado de um irmão mais velho. A cirurgia foi um sucesso
e a paciente saiu de alta acompanhada pela filha. |