Resumo da Reunião Clínica
 

Uma mulher de quase cinquenta anos, separada e sem filhos, foi encaminhada para acompanhamento ambulatorial com a Psicologia Médica por não apresentar nenhuma melhora com o tratamento a que está se submetendo. Há quase dez anos começaram a aparecer manchas hipercrômicas em seu corpo, as quais, para a paciente, são semelhantes àquelas que aparecem quando a pessoa apanha. Poucos anos depois, acabou se separando ao descobrir que o marido tinha uma amante, desmontou sua casa e voltou a viver com os pais, ambos doentes. Desde então vive para o trabalho e para os pais, presa a uma rotina desinteressante. Também deixou de se cuidar como mulher. Fez tratamento em diferentes hospitais sem nunca obter nenhuma melhora e há poucas semanas iniciou o acompanhamento psicológico. A equipe médica que a está tratando no momento tem como hipótese diagnóstica a parapsoríase em placas.

Foram discutidos os vários aspectos psicodinâmicos presentes na relação que parece existir entre a doença dermatológica desta paciente e sua frágil identidade de gênero.