Resumo da Reunião Clínica
 

Uma mulher de pouco mais de 20 anos, solteira, foi encaminhada para tratamento ambulatorial por apresentar-se ansiosa, irritadiça e com crises de choro em decorrência de uma chateação no trabalho há aproximadamente um mês. Nascida prematuramente com 8 meses de gestação, aos 14 anos foi diagnosticada como portadora de um retardo mental leve. Concluiu o segundo grau sem reprovação e ainda não apresentou nenhuma dificuldade cognitiva em seu trabalho. O quadro psicológico atual da paciente teve início logo após um colega de trabalho ter se mostrado interessado nela. A paciente continua em tratamento, no qual nunca demonstrou nenhuma dificuldade cognitiva. Por outro lado, demonstra grande dificuldade com a experiência afetiva.

Discutiu-se o diagnóstico diferencial entre oligofrenia, a deficiência mental de origem orgânica, e o deficit psicológico decorrente da incapacidade de processar certas experiências. Na discussão do caso apresentado foi unânime que a deficiência apresentada pela paciente era devida a existência de lacunas cognitivas relacionadas com a experiência afetiva. Foi também lembrado que a existência desse tipo de lacuna cognitiva se expressa psicopatologicamente em graus variados de embotamento afetivo.