Resumo da Reunião Clínica
 

Uma mulher de pouco mais de 20 anos, solteira, foi encaminhada para acompanhamento ambulatorial por ser portadora de esclerose múltipla e estar triste. A doença foi diagnosticada há pouco mais de 2 anos, quando ela estava se formando em um curso superior e apresentou parestesia nos membros superiores e perdeu os movimentos dos membros inferiores. Conseguiu a remissão sintomatológica com o uso de medicação e interrompeu o tratamento por achar-se curada. Há poucos meses voltou a sentir os braços dormentes e reiniciou o tratamento pouco depois de a irmã sofrer um aborto espontâneo e quase falecer em virtude da extensa hemorragia que apresentou. A irmã é portadora de lúpus eritematoso desde a adolescência, a mãe apresentou um episódio de depressão grave ao separar-se do marido há muitos anos atrás e, posteriormente, desenvolveu um quadro de obesidade mórbida. O pai da paciente é usuário de drogas há muitos anos. A paciente tem uma tia também portadora de doença auto-imune.


A partir da constatação de que situações de vida (formatura, aborto da irmã) funcionam como agentes estressores para essa paciente, discutiu-se o objetivo terapêutico da Psicologia Médica neste caso: diminuir o estresse relacionado com a consciência da doença e aumentar a capacidade da paciente enfrentar as situações da própria vida. Ambos são realizados ampliando-se a capacidade egóica da paciente.