Resumo da Reunião Clínica
 

Uma mulher de quase quarenta anos, casada e com dois filhos, o menor com 4 anos, foi internada para investigação diagnóstica de uma massa em uma das coxas. Em apenas 2 meses o pequeno caroço, muito dolorido, evoluiu para uma massa de razoável tamanho já acompanhada de uma ferida aberta com tecido jovem e cabelo. Por motivos institucionais os exames demoraram a chegar tendo sido necessário aguardar quase 1 mês internada para que o diagnóstico de câncer fosse confirmado e se conseguisse a transferência da paciente para um hospital oncológico. Além de confirmar o diagnóstico clínico, os exames mostraram a existência de lesões neoplásicas na bacia e células neoplásicas em linfonodos inguinais, evidenciando a gravidade da lesão e um prognóstico sombrio. A permanência da paciente na enfermaria foi marcada por atrito e acusações dos familiares e por um estado ansioso da equipe.

A partir da constatação de que todos os envolvidos na situação assistencial relatada, familiares, paciente e equipe de saúde, reagiram de diferentes maneiras ao sentimento de desamparo, evidenciado pelo desespero de todos em resolver uma situação que infelizmente ainda não tem solução, discutiu-se qual seria a melhor forma de prestar a necessária assistência psicológica, à paciente, aos familiares e à equipe de saúde neste caso em que, caracteristicamente, os limites terapêuticos agiram como elementos patogênicos.