Resumo da Reunião Clínica
 

Um homem de pouco mais de 20 anos, solteiro, com curso superior, portador de alopécia areata universalis, foi encaminhado para tratamento ambulatorial porque nenhum tratamento clínico foi eficaz. Informou que já com 3 anos de idade começou a apresentar falhas no couro cabeludo, aos 14 a queda de cabelo se acentuou e aos 16 anos começou a perder os cílios e as sobrancelhas.  Aos 8 anos foi seduzido por uma menina de 15 e até os 11 anos foi uma espécie de brinquedo erótico para as amigas da irmã mais velha. É o segundo de 4 filhos e  sustenta a casa desde que o pai ficou desempregado, há 2 anos. Trabalha naquilo em que se formou, mas ainda não se diplomou porque não consegue concluir a monografia de final de curso. Pessoa muito tímida e retraída, nunca namorou e não gosta muito de conversar. É quase sempre monossilábico e apresenta grande dificuldade de expressar seus pensamentos, sentimentos e de falar de si próprio. Está em tratamento há pouco mais de 1 ano e nesse período conseguiu se diplomar e iniciou um namoro.

Por se tratar de um bom exemplo de pensamento operatório em uma pessoa com falta de substância mental para elaborar as experiências traumáticas que passou e relacionadas com o desenvolvimento da sexualidade, a discussão foi toda voltada para a condução do processo terapêutico. Confirmando os achados clínicos do CMP, também nesse caso de alopécia pode-se observar a não consolidação de experiência edípica.