Resumo da Reunião Clínica |
Uma mulher de pouco mais
de 30 anos, filha única e solteira, vivendo e trabalhando em uma instituição religiosa
católica, na qual não se sente bem por ter que esconder sua verdadeira fé, o judaísmo
messiânico, e praticamente sem amizades, está em tratamento ambulatorial na Neurologia
por apresentar movimentos involuntários de cabeça e tronco acompanhados de
ansiedade. Foi encaminhada para o ambulatório da
Psicologia Médica por não ter sido
encontrado nenhum substrato orgânico para os sintomas. À psicóloga que a atendeu
disse que seus sintomas surgiram depois que começou a usar medicação psiquiátrica
após tentativa de suicídio. Ao iniciar o acompanhamento mostrou ser uma pessoa orgulhosa,
que se sente humilhada com extrema facilidade e sem objetivos na vida. Relatou intensos
conflitos com sua mãe, ao mesmo tempo em que lastima até hoje a perda do avô, ocorrida
há 8 anos, por ter sido a única pessoa por quem se sentiu amada e por quem sentira
amor sem conflitos. Nessa mesma época a mãe perdeu o emprego, passaram por grandes
dificuldades financeiras e só recentemente ela conseguiu um lugar razoável para
morar e um trabalho que dá um sustento mínimo a ambas. Depois de algumas sessões
revelou ter sido adotada recém-nascida, e que sua mãe biológica, de origem judaica,
teria sido empregada doméstica na família da mãe adotiva, que a adotou por não poder
ter filhos. A paciente não retornou ao tratamento depois das férias sob a alegação
de que não havia como se ausentar em seu novo emprego. Estava praticamente sem sintomas
e já sem tantos conflitos com a mãe adotiva. |