Resumo da Reunião Clínica
 

Uma mulher de quase 50 anos, casada, mãe de 3 filhos e avó de 2 netos, em tratamento ambulatorial de líquen simples crônico, foi encaminhada para tratamento psicoterápico devido ao intenso prurido acompanhado de ansiedade. Relatou que sua doença se iniciou há 2 anos, logo após a separação da filha caçula, que aos 17 anos engravidou e foi viver com o namorado, de quem se separou 3 anos depois com um filho de 1 ano. Disse ter ficado muito decepcionada com essa filha, única a lhe trazer problemas e desgosto. Vive completamente envolvida na criação desse neto, em constante atrito com a filha. Antes procurar a dermatologia, iniciou tratamento homeopático, que não deu continuidade porque achou que piorou com a medicação que lhe foi prescrita. O mesmo ocorreu com o tratamento psicofarmacológico iniciado na mesma época. Resolveu procurar ajuda psicológica por insistência da sua médica, teve apenas três consultas e interrompeu o tratamento psicológico e também o dermatológico.

A discussão girou em torno da seguinte pergunta: Como abordar uma mulher que, em plena crise da meia idade, em franca competição com a filha que está iniciando a vida amorosa, abre um quadro dermatológico cujo principal sintoma – prurido generalizado – tem um forte colorido masturbatório e nas entrevistas iniciais demonstra não ter disponibilidade interna para se tratar?