Resumo da Reunião Clínica
 

Uma mulher de mais de quarenta anos, casada em segundas núpcias e mãe de três filhos: uma com vinte e dois anos e um com onze anos, ambos do primeiro casamento, e uma com dois meses, do segundo casamento, foi internada com um quadro de eritema multiforme cujos sintomas surgiram um mês após o nascimento da sua filha caçula. Teve apenas uma consulta com o membro da equipe de Psicologia Médica associada à enfermaria na qual relatou a surpresa e a vergonha ao saber-se grávida, a forte reação negativa de suas irmãs e as dificuldades que teve a partir do sexto mês da gravidez, quando apresentou sintomas sugestivos de pré-eclampsia e teve muitas dificuldades em encontrar um hospital onde pudesse ser internada. Acabou sendo submetida a uma cesariana de urgência antes do final da gravidez e permaneceu internada após o parto por dez dias em decorrência de complicações pós-cirúrgicas. Nesse período, a bebê foi cuidada por familiares. Com o aparecimento da doença dermatológica a paciente não pode amamentar a filha e precisou ser internada. Tem sentido muita falta da mãe, já falecida, que sempre a ajudou nos primeiros cuidados dos filhos. Seu pai, que estava internado com câncer de próstata faleceu no segundo dia de internação da paciente. A equipe ficou sem saber se informava à paciente o ocorrido com o pai, o que foi resolvido através de uma interconsulta na qual o membro da equipe de Psicologia Médica associada à enfermaria deu as devidas orientações e aproveitou para ressaltar que a paciente era uma puérpera. A paciente, já com sinais de estabilização sintomática, recebeu alta para poder ir ao enterro do pai e dar continuidade ao tratamento em regime ambulatorial, para assim poder restabelecer o vínculo materno-infantil.

Inicialmente, discutiu-se relação entre a doença orgânica, crises vitais, no caso uma crise englobando maternidade e climatério, e estresse. Em seguida, debateu-se a escolha do foco do atendimento: a arquitetura de nidificação.

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