Resumo da Reunião Clínica
 

Um homem de quase sessenta anos, de baixa estatura e franzino, casado pela segunda vez e com dois filhos do primeiro casamento, foi internado com febre, tosse, dores no peito e pequena perda ponderal. Durante a internação os exames revelaram um derrame pleural no terço inferior do pulmão esquerdo que a biópsia constatou ser decorrente de um câncer de pulmão. Pouco disposto a conversar com a psicóloga, quando o fazia invariavelmente se emocionava, o que não gostava. Desde o início suspeitava ter um câncer e queria muito voltar logo para casa, para perto de sua segunda esposa, sua grande companheira de vida, e para seu trabalho, que era sua maior ligação com a vida desde seus cinco anos, época em que precisou começar a trabalhar para ajudar sua mãe. Nada falou de seus filhos para a psicóloga. O paciente recebeu muito bem a licença para aguardar os resultados dos exames em casa e também recebeu razoavelmente bem seu diagnóstico e o encaminhamento para hospital especializado no tratamento de neoplasias.

Por se tratar de um paciente terminal, a discussão girou em torno da experiência de morte, que costuma provocar um processo de luto pela própria vida e a revivescência de todas as perdas significativas sofridas ao longo da vida.

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