Resumo de Reunião Clínica |
Uma mulher de quase trinta anos, solteira,
encontra-se em tratamento ambulatorial devido a dificuldades em deambular e vista
embaçada, ambos com início há quase dois anos. Veio encaminhada de outro hospital com o
diagnóstico de esclerose múltipla, que não foi confirmado pelos exames complementares.
Por esse motivo, pelo fato da sintomatologia não ser específica de patologia
desmielinizante e a paciente se queixar de desânimo e de desinteresse pela vida depois
de ter sido vítima de violência sexual, além de fazer o tratamento neurológico,
a paciente foi encaminhada para tratamento ambulatorial pela Psicologia Médica.
Durante o tratamento apresentou dois episódios de piora da sintomatologia orgânica
que reforçaram a dúvida se seriam sintomas conversivos ou neurológicos. Estabeleceu
com sua psicóloga uma relação sedutora e erotizada;
no momento se diz apaixonada
por sua terapeuta.
A discussão se iniciou pelo
diagnóstico
diferencial entre sintomas conversivos
e sintomas orgânicos, histeria e doença somática.
Em seguida, foram abordados os três aspectos
psicodinâmicos mais importantes na condução
do tratamento desta paciente:
o impacto
contratransferencial de certas experiências vividas pelos pacientes, a erotização da relação terapêutica e a diferença entre a expressão psicodinâmica
da síndrome do estresse pós-traumático desencadeada por experiências reais de vitimização
e a expressão psicodinâmica de mitos (histórias) construídos a partir de experiências
reais que precisam ser ocultadas. Finalmente, foram abordados os
objetivos terapêuticos da Psicologia Médica neste caso.
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