Resumo de Reunião Clínica
 

Um homem de pouco mais de 30 anos, casado e pai de dois filhos, reinternou-se um ano após sua primeira internação para submeter-se a uma nova cirurgia de retirada de um tumor hipofisário, benigno, mas com alta freqüência de recidiva. Esta segunda internação foi muito breve por ter sido feito ambulatorialmente o preparo pré-operatório. Em seu primeiro atendimento psicológico, o paciente contou uma situação da qual se sentia culpado e que mantinha em segredo, como se estivesse testando a confiabilidade da terapeuta. Nos demais quatro atendimentos que teve pôde falar de sua infância complicada por ser filho ilegítimo e sobre sua situação atual, bastante complicada por conta de sua doença. Saiu bem da cirurgia e, recentemente, oito meses depois da última internação, teve que reinternar-se e submeter-se a outra cirurgia devido a nova recidiva do tumor. Voltou a ser acompanhado pela mesma psicóloga, com quem estabeleu um bom vínculo terapêutico.

O caso apresentado serviu para discutir-se com profundidade as especificidades do trabalho de Psicologia Médica que é realizado pelo C.M.P. e diferenciá-lo dos atendimentos psicológicos que costumam ser realizados em hospitais e da psicanálise, que também tem sido utilizada em hospitais. Foi lembrado ainda o conceito de espaço de segurança, que o paciente parece ter perdido abruptamente ao descobrir sua ilegitimidade. A falta desse “espaço” está ligada às dificuldades em se estabelecer relações de confiança e a importância do estabelecimento do vínculo terapêutico está na recriação desse “espaço”.

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